quinta-feira, dezembro 06, 2007

Estamos Teleseguros?

Antes de tudo, que fique este ponto claro, o meu objectivo não é o de querer ofender a instituição em questão, nem os responsáveis pela elaboração deste anúncio publicitário, no entanto, este spot publicitário é o retrato fiel do papel dos jovens na sociedade actual.



Interpretação de um jovem que trabalha num Call Center:
"Sim senhor, sinto-me feliz – e até bato palmas - por ver o meu trabalho ser reconhecido por um cliente satisfeito… e que, após ter andado na universidade durante 5 anos, estando obrigado a pagar propinas exorbitantes para ter direito aos estudos, ter conseguido entrar num Call Center, a ganhar uns míseros 500€ mensais a recibos verdes... sinto-me mesmo feliz".

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Amália Rodrigues

Um dos momentos altos da minha vida foi ter tido a oportunidade de ter conhecido um dos maiores ícones de Portugal: Amália Rodrigues. Este encontro efémero ocorreu em Fevereiro de 1993 em pleno Aeroporto de Orly, Paris.

Amália estava de partida para a nossa Pátria, enquanto que eu e os meus pais tinhamos acabado de chegar a um país totalmente estranho, para enfrentar um dos maiores desafios das nossas vidas (essa história terá o seu devido tratamento aqui no blog num futuro próximo).

Após termos aterrado na pista e de sermos encaminhados para dentro do aeroporto, eu e os meus pais, de malas na mão, perdidos e desorientados no meio daquela imensidão de pessoas, tentávamos descobrir a saída, de forma a podermos encontrar os nossos familiares que, entretanto, se encontravam à nossa espera.

No meio de todo aquele rebuliço, passa por nós Amália, com aquele charme triunfal, que só os “predestinados” conseguem possuir. A minha mãe, incrédula, apercebeu-se, e num misto de excitação e de perplexidade por a encontrar naquele lugar inóspito, deixou escapar bem alto “Olhem, é a Amália”.

Amália ao ouvir o seu nome a ser evocado, parou de andar, rodopiou-se sobre si mesma e dirigiu-se a nós. Perguntou-nos a razão de estarmos ali. Ainda extasiados por a termos ali à nossa frente, os meus pais tentaram-lhe explicar em curtas palavras - mais com as emoções do que com as palavras -, a razão da nossa estadia em Paris. Visivelmente emocionada Amália olhou-me nos olhos, aproximou-se e abraçou-me num abraço apertado, depois segredou-me ao ouvido «Vai correr tudo bem. Vou rezar por ti». Dito isso, tirou para fora uma imensidão de santinhos que trazia ao peito e benzeu-me. Despediu-se de nós pela última vez e voltou a seguir o seu caminho. Talvez fosse o sinal necessário para que pudéssemos encarar esta etapa da nossa vida de uma forma positiva e esperançosa.

Apesar de já não estar entre nós, quero deixar aqui registada uma homenagem à Amália, com um dos seus temas mais conhecidos, “Estranha forma de Vida”.



Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

sábado, outubro 06, 2007

Peça "Conversas do Sofá" no Teatro Bocage

Ontem à noite fui assistir à antestreia da Peça “Conversas do Sofá” no Teatro Bocage em Lisboa. É uma comédia descomplexada, divertida, onde existe uma forte interacção com o público e foca o eterno tema “A Guerra dos Sexos”. A não perder. Esta peça vai estar em cena duas vezes por semana (Sextas e Sábados às 21h30) até ao final do mês de Novembro.

Um grande beijo para a minha amiga Samara Rainho que é um autêntico Tubarão em palco. Continua assim miúda…




"Ter sexo é como ir a uma festa chique, não interessa a posição, interessa é estar lá dentro!"

quinta-feira, outubro 04, 2007

Homenagem...

Conheci Patrícia em Setembro de 1987 no primeiro dia de aulas do 5º ano e desde muito cedo que criámos uma relação de amizade forte que foi sendo cimentada ao longo dos cinco anos em que fomos companheiros de turma.

Andávamos num colégio, nos arredores de Lisboa, cujo rigor e autoritarismo eram a bandeira da instituição. Em resposta à disciplina aplicada diariamente, a turma transformou-se numa espécie de irmandade, criando-se laços de amizade, de solidariedade e de união muito fortes. Ainda hoje consigo recordar-me com exactidão o nome de todas as pessoas que me acompanharam naqueles anos.

A sua disposição alegre de sorriso fácil, puro, transparente e o seu olhar reluzente, cristalino que reflectia a pureza da sua alma, contagiavam qualquer pessoa… mesmo naqueles dias em que se encontrava mais cabisbaixa, tentando esconder a sua dor.

- Que tens hoje Patrícia? - Perguntei-lhe tantas vezes ao longo desses cinco anos.

- Nada. Sinto-me indisposta, só isso. Já passa. – Respondia-me de imediato, sorrindo-me.

Em 1992, no último dia de aulas do 9º ano, muitos de nós tinham decidido que chegara o momento de deixar o colégio para enfrentar o ensino público, eu incluído. Assim, como forma de encerrar este capítulo, ficara assente a realização de uma festa de despedida entre todos os colegas (amigos) da turma.

Já a festa se embalava ao som dos slows, quando eu e Patrícia, nos aproximámos timidamente um do outro e lhe perguntei se queria dançar. Acenou-me com a cabeça em sinal de concordância. Então, agarrados, um ao outro, deixamo-nos levar pelo espírito da dança.

Enquanto dançávamos, perguntei-lhe se no futuro voltaríamos a ter uma oportunidade de dançar juntos novamente. Patricia não me respondeu e a noite avançou depressa…

Meses depois soube que tinha ido viver com a mãe para o Algarve e dessa forma deixei de ter qualquer forma de contacto. O tempo, esse, calcorreou sem parar. Cresci, conheci novas pessoas, ganhei novas amizades e a Patrícia ficou a pertencer, somente, ao meu livro de memórias…

Porém, alguns anos mais tarde, recebi uma carta sua a relatar como tinha sido a sua vida depois de ter ido viver para o Algarve. Descobrira por acaso o endereço da minha casa, numas arrumações que estava a fazer e decidiu escrever-me.

Infelizmente, as notícias não eram nada animadoras. No meio do seu relato, contara-me que se encontrava muito doente e que o seu estado de saúde se estava agravar com o passar do tempo. Pensava também regressar em definitivo para Lisboa, de forma a poder estar mais perto do Hospital que estava acompanhar o seu caso.

E assim foi. Pouco tempo depois Patrícia já se encontrava de volta a Lisboa e tivemos a oportunidade de nos encontrar novamente.

Lembro-me como se fosse hoje, o reencontro, a minha reacção, o nosso estado de espírito.

Toquei à porta receoso, sem saber o que esperar do outro lado. A porta entreabriu-se devagar e a sua imagem foi aparecendo pouco a pouco até ficarmos frente a frente.

- Helder, estás tão diferente. Entra, vamos para o meu quarto. – o seu tom de voz sofrido sussurrava-me aos ouvidos.

Aquela Patrícia que conhecia em tempos parecia-me já não existir mais, o brilho dos seus olhos escondia-se por trás da sua dor, o seu cansaço era visível e a sua passada lenta e arrastada.

No seu quarto, “Angel song” dos Silence Four tocava baixinho, parecendo partilhar a sua dor.

- Lembras-te quando andávamos na escola e que havia dias em que não me sentia bem? Foi-me diagnosticado na altura que tinha um problema nos pulmões. São um género de quistos pulmonares que fazem com que os meus pulmões se encham de líquido e, apesar dos tratamentos que tenho feito, não existe cura para o meu problema.

- Quer dizer que…

- Sim. – Interrompendo-me – sim, estou já na fase terminal da minha doença.

Aquela frase foi uma estalada na minha alma. Ali, olhos nos olhos, sem saber o que dizer e o que fazer, fiquei imóvel, deixando escapar uma lágrima.

- Helder, mas ainda vamos a tempo de uma última dança. – Deixando escapar o seu sorriso pela primeira vez. Sim, aquele sorriso era o sorriso que bem conhecia…

Dançámos, conversámos, relembrámos histórias do passado e as horas daquela tarde foram-se consumindo a uma velocidade vertiginosa.

No fim, antes de me despedir, ofereceu-me uma Bíblia com uma dedicatória sua. Essa Bíblia ainda se encontra na minha mesinha de cabeceira.

Foi a última vez que a vi com vida. Patrícia Vilhena faleceu poucos dias depois, no dia 16 de Novembro de 1999.

Ficarás para sempre no meu coração.

quarta-feira, setembro 12, 2007

"A Portuguesa" no Mundial Rugby 2007

Foi simplesmente arrepiante observar os nossos "lobos" a vibrar com o nosso hino no passado Sábado contra a Escócia.



Força Portugal!

sábado, agosto 18, 2007

As últimas...


Estou a entrar na 4ª semana do curso “Master Technology in SAP” e estou a começar a desesperar com o desenfreado ritmo diário da formação, do acumular de dossiers no meu quarto (todos na língua da Sua Majestade) e da gritante falta de vontade em me debruçar sobre o assunto. Sinto-me cansado e de uma certa forma desmotivado. Talvez seja por não me lembrar da última vez em que tive de férias sem fazer nenhum…

O único alento que tenho é de sentir que dei o passo certo para mudar o rumo profissional à minha vida. Sinto a pairar oportunidades que há tanto almejava que batessem à minha porta. Oportunidades essas que não chegaram quando conclui o curso de Gestão já no longínquo ano de 2001.

Quando não penso no curso, tento distrair-me em casa com livros ou a mamar séries que entretanto tiro da Internet. Neste momento ando viciado na série NIP TUCK.

Um dia destes voltarei em força com novos textos neste espaço, mas por ora, vou deixando aqui, somente, o meu testemunho sobre as últimas novidades de maior relevo.

Entretanto, já só faltam 13 dias para fazer 30 anos (que para cúmulo deverá ser o dia do exame para a minha certificação do curso).

quarta-feira, julho 04, 2007

segunda-feira, junho 04, 2007

Projectos para o Verão...

O blog tem estado parado. A inspiração de outrora encontra-se nesta fase adormecida.

Aproveito, no entanto, para anunciar os meus novos projectos para este Verão. Assim, vou continuar a apostar na minha formação académica, tirando nos meses de Agosto e Setembro uma pós-graduação em SAP (Master in SAP Tecnhology). Esta nova vertente da minha formação vai ser direccionada para as Tecnologias de Informação e que, espero eu, vá possibilitar a abertura de novas oportunidades no mercado de trabalho.

Desta feita, este Verão, ao contrário dos últimos anos, não vai haver viagens para ninguém. Se ainda conseguir meter o meu rabinho de molho nas águas de Carcavelos ou da Costa já me posso dar por satisfeito.

Quero também, lá mais para o final de Setembro, dedicar uma parte do tempo aos meus hobbies, nomeadamente, iniciar-me no mundo da fotografia. Quem quiser contribuir para a nobre causa do “Comprem uma Reflex Nova para o Bighel” poderão fazê-lo através do envio de um mail, que terei todo o gosto em responder.

E é já no mês de Agosto que passarei de jovem para “cota”. Até me custa a dizer «trin…trin…», soa melhor «vinte e dez…»

segunda-feira, abril 16, 2007

A Promiscuidade dos Bons Costumes


Do muito esterco que recebo diariamente no meu mail, caiu-me esta pérola maravilhosa pronta para ser delapidada aqui no meu blog.

Devido à devassa sexual das gentes da Capital, que estava a atingir proporções gigantescas na década de 50, “a Câmara Municipal publicou a Portaria Nº 69.035, destinada a aumentar o policiamento em zonas então consideradas «quentes».

Nesta portaria estava descriminado um rol de sanções a aplicar aos prevaricadores que fossem apanhados em flagrante no meio dos arbustos.

Por exemplo, se duas pessoas que andassem de mãos dadas numa mata de Lisboa, seriam sancionadas por uma coima de 2$50… realmente compreende-se. Eu também ficaria chocado se tivesse num banco do jardim a dar milho aos pombos e passar por mim um casalito de mãos dadas. “Malvados, não têm vergonha na cara? Vão dar as mãos para casa! É uma pouca-vergonha, já não há respeito pelas pessoas!”, gritaria certamente. Se há coisas que vai contra a minha moral é ver duas pessoas de mãos dadas no meio da mata.

Continuando…

O que me faz confusão nesta notícia é que na década de 50, sem nunca se pronunciar nas palavras “malditas”, as pessoas já tinham uma cabecinha cheia de macaquinhos. O que me leva a interrogar como é que deverá ter sido a discussão na Câmara Municipal de Lisboa para determinar o valor das coimas a aplicar em cada situação.

- Ora bem, isto é um problema sério que teremos de debelar o mais rápido possível. Quem acha que é mais grave: pôr a “mão naquilo” ou “aquilo na mão”?

- Ó patraozinho, estamos com dúvidas.

- Hum... Ó Ófelia, pode chegar aqui ao pé de nós? Aqui os meus companheiros de mesa estão com sérias dúvidas. Vou-lhe meter a “mão naquilo” e você irá meter “aquilo na mão”. O resto do pessoal observa e fica a tirar apontamentos. Certo?

- Sim patraozinho.

Passados 5 minutos…

- Ó Patraozinho, isso de “com a língua naquilo” não estava previsto para esta reunião.

- Calem-se e anotem.

Não é que se alguém fosse apanhado “com a língua naquilo” teria de pagar a coima mais elevada, passar uns dias na prisão - juntamente com a escória da sociedade – e, para o vexame ser ainda maior, teria direito a um retrato, como recordação?

Lá estou eu a imaginar o senhor guarda no seu labor profissional a ter de dizer "Não tira! Não tira! A fotografia está quase a sair".

Será que foi assim que nasceu a revista “Gina”?

quarta-feira, abril 04, 2007

Alexandre Caetano

Tive o privilégio de conviver com este rapaz ainda nos tempos do ISCTE e fico muito feliz por saber que estará para breve o seu primeiro trabalho discográfico a solo. Uma pessoa que corre atrás dos seus sonhos tem minha total consideração. És o MAIOR!!!

Aqui fica uma demonstração cabal das suas capacidades…

THE WAVES OF LIFE VIDEOCLIP


Para quem quiser saber mais sobre o Alexandre Caetano poderá visitar a sua homepage no http://www.alexandrecaetano.com

segunda-feira, março 26, 2007

Um muito obrigado... meu Opel Corsa!


Este fim-de-semana fica marcado pela separação definitiva entre o meu primeiro carro e eu. Não há volta a dar, a nossa relação vinha-se a deteriorar nos últimos meses, sendo esta ruptura inevitável e esperada. A partir deste momento, cada um escolherá o seu caminho, sem rancor, sem mágoa porque o tempo em que passámos juntos, esse, ninguém nos tira.

É com saudosismo que recordo a primeira vez que te vi, naquele fim de tarde soalheiro, no já longínquo ano de 2000. Lembro-me como se fosse hoje, encostado num canto, sozinho, cabisbaixo, abandonado à sorte. “E aquele ali? Está à venda?”, apontando-te o dedo. “Tem mesmo a certeza? Já está aqui parado há alguns meses”, respondeu-me o vendedor. “Sim, tenho! Quero aquele carro.”

Os primeiros tempos foram desafiadores para ambos. Ainda tinha pouca experiência a conduzir e tu estavas enferrujado pelo facto de teres estado tanto tempo parado. Tiveste tanto tempo parado, que, no primeiro Inverno nas minhas mãos, decidiste criar cogumelos em dias de maior humidade, de tal forma que passaste a ser uma atracção turística no seio dos meus amigos e conhecidos.

Também algumas vezes deixaste-me ficar mal, não querendo trabalhar em sítios menos oportunos, como naquela vez, enquanto atalhava caminho pelo meio da Cova da Moura, teres decidido que ali era um bom local para ir abaixo e deixar de trabalhar.

Lembras-te daquele dia em que o céu se transformou em trevas, desabando em cima de nós uma violenta tempestade? De vidros embaciados porque a sofagem há muito que deixara de funcionar, de um momento para o outro, em plena IC19, o motor do limpa pára-brisas cedeu e quase que caímos por uma ribanceira abaixo… recordações…

Recordo-me do dinheiro que gastava mensalmente em óleo Norauto porque eras um glutão insaciável. Meu maroto, 1litro de 500 em 500 kms não te chegava… pedias sempre mais, mas para ti dava-te tudo…

Foi contigo que aprendi o que era um motor a trabalhar a 3 cilindros, a improvisar os problemas mecânicos com braçadeiras de plástico, a mudar pneus furados, a conhecer pessoal da assistência técnica em viagem, o sistema corrupto das inspecções periódicas e a negociar com os vendedores de Ferro-velho…

Mas o melhor das recordações foi aquele beijo que me permitiste trocar, em plena noite de Verão de lua cheia à beira mar plantado…

Um muito obrigado… Opel Corsa!

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Nudismo? Eu?

Uma vez fiz nudismo integral numa praia da Comporta (pouco depois de Tróia), ainda era um catraio. Não estava mais ninguém sem ser eu, os meus pais e a minha irmãzita (bebé na altura) e devo ter ficado traumatizado com esse dia porque jamais consegui mostrar a brancura das minhas nádegas a mais alguém. O facto de os meus pais estarem também nus, não me ajudou em nada, pelo contrário. “Vamos jogar raquetes meu filho? Ou jogar à bola? Ou ir dar um mergulho?”. “Nã… deixa estar pai, prefiro estar aqui estendido ao torrão do sol a ler a banda desenhada do Patinhas…”. Só o facto de ter de me levantar para fazer qualquer coisa, aterrorizava-me… a sério.

Lembro-me perfeitamente que um dos meus maiores receios na altura seria o de estar na água e que, num ápice, um tubarão me apanhasse desprevenido e… zás… lá ia o meu Sto António para o estômago do animal (é o nome que dou ao meu compincha, Sto António porque faz milagres…). Pronto, ok, afinal só tinha 11 anos e tinha ainda na retina o célebre filme “O TUBARÃO”, seria normal este medo irracional e, confesso também, que naquela altura não tinha nada que me pudesse orgulhar para poder mostrar numa praia… o Sto António ainda era muito “pequerruxinho”.

Entretanto, quando cheguei à fase das sebosas borbulhas, o meu interesse por raparigas cresceu de forma exponencial, tal como o meu “companheiro de jornada” e as minhas primeiras idas à praia eram como um doce aroma de café da manhã, excitantes. “Olha-me só para aquela boazona… está descascada e tudo… comi-a toda…ui ui” comentávamos nós, mero grupo de adolescentes com a testosterona aos saltos. Foi aqui, nesta fase da minha vida, que percebi porque razão os homens, quando se deitam de barriga para baixo, têm de fazer um pequeno buraco na areia, mesmo na zona lombar… e também o de passarem muitas horas nessa mesma posição. De vez em quando, lá vão refrescar a máquina nas águas gélidas do oceano, mas logo depois voltam a colocar-se na mesmíssima posição a que estavam anteriormente. Se assim não fosse, muitos casamentos já estariam arruinados: “José Fonseca Silva da Costa Ferreira, porque é que tens a antena ligada a esta hora? Hum? E porque é que estás a olhar para aquela mulher com esse olhar de depravado? Hum?... “

Já repararam que quanto mais fula está uma mulher, mais pelos nomes chama pelo marido? Quando está feliz trata por “Mor”; amuada “Zé”; zangada “José Fonseca”; quando está super chateada quando vê o marido a galar uma gaja trata por “José Fonseca Silva da Costa Ferreira”. É ou não é?

Bem, voltando novamente ao ponto onde parei… nessa mesma altura fazia natação regularmente e era obrigado a partilhar o mesmo balneário com outros homens, na maioria muito mais velhos do que eu. Na hora do despir e do vestir era a festa da mangueira, andavam todos nus e aos pulinhos a fazer o aquecimento com “aquilo” a traulitar ora para cima para baixo ora para os lados. Na minha ideia era mais uma competição que havia entre eles para ver quem tinha o membro mais avantajado. Eu e os da minha geração competíamos na classe em quem tinha mais pêlos púbicos para a idade. Pensando bem, aquilo tudo era muito deprimente… preferia estar no balneário das raparigas, ainda tentei, mas não me deixaram… há com cada injustiça neste mundo…

Após ter passado a febre das borbulhas sebentas, pensava eu que estava preparado para me despir quando quisesse e em que situação fosse, sem me preocupar muito com que as outras pessoas pensassem, no entanto, o meu corpo não parou de mudar, e após me terem desaparecido as borbulhas, surgiu-me um novo problema, o surgimento de pêlos em sítios inoportunos. Não percebo a função dos pêlos num Homem em pleno século XXI. Por exemplo, alguém me explica para que serve ter duas nádegas cobertas de pêlo? É para aquecer do frio? Não me parece. Até nos dedos dos pés nasceram-me três pelitos… só visto. Talvez as mulheres não compreendam a importância destes factos, como nós não compreendemos o facto de estarem sempre preocupadas com o peso. Mas não me parece que vá mostrar as minhas nádegas em público para ouvir comentários do tipo “Papá, olha-me aquele macaquinho ali a entrar na água… quero um igual para o Natal...”

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Curtas...

Há cerca de uma semana atrás saiu uma notícia em que se constatava que, de 2006 para 2005, teria havido uma redução significativa da sinistralidade rodoviária na cidade de Lisboa: menos acidentes, menos mortos e menos feridos graves. Porém, em contrapartida, houve um acréscimo no número de condutores apanhados com excesso de álcool no sangue no mesmo período.

A única ilação que posso tirar deste estudo é que, de facto, as pessoas conduzem melhor bêbedas do que sóbrias.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Interregno...

O tempo voa, ninguém tem dúvidas desse facto e estes últimos dois meses que passaram nem deu para sentir o cheiro à rabanada.

Foram dois meses que, devido a questões profissionais, não me permitiram dar a merecida atenção a este pequenito refúgio que é o meu blog. Porém, voltei, voltei cheio de energia e de vontade, com novas histórias na mente, em pulgas de ser partilhadas para todos vós.

Entretanto, peço, desde já, muitas desculpas à vasta audiência que vinha seguindo atentamente o meu trabalho: à Maria, ao Zé e ao Francisco e às sete pessoas que entraram por engano no meu blog pensando que aqui poderiam encontrar fotos de gajas boas. A todos as minhas desculpas!